sábado, 29 de setembro de 2007

Pasión!

Hoje acordei com um Für Elise tocado no piano de algum dos vizinhos do prédio, que encravava sempre na mesma parte e voltava ao começo. Resolvi levantar-me à quinta tentativa e vir fazer um rescaldo das últimas noches.

A penúltima noite não posso contar muitos pormenores porque.... a minha mãe e a minha irmã mais nova lêem este blog :P Mas foi muito divertido, fomos a uma espécie de discoteca chamada 'Pasión', onde estavam todos os erasmus que tínhamos conhecido na faculdade. O sítio era minúsculo e tinha uma escolha de música muito duvidosa. De repente senti-me com 12, 13 anos nas matinés do Bauhaus, quando eles começaram a passar vengaboys, a música da macarena, e outros hits de 1999.

Os espanhóis pararam um bocado no tempo no que toca a música. Ainda não deixaram os hits dos anos 90 e ouvem pouca música alternativa. Existe o fenómeno de entrarmos numa loja super fashion, com roupas muito à frente e levarmos com uma espanholada qualquer horrível. e isto por todo o lado, porque eles realmente consomem muita música espanhola. eu nem consigo descrever bem o género.. mas é tipo um pop-rockzito fraco e com letras espanholas claro. Também há a versão mais punk, que consiste em letras espanholas mais rebeldes. Eles vibram com aquilo.

Comentei com um português que conheci naquela discoteca que a música era terrível, e ele disse-me que aquela até era das mais fixes porque passava música estrangeira. Oi, nem quero imaginar as outras! Às tantas começou a dar a Shakira.

Entretanto já formámos um pequeno grupo de pessoal, que consiste basicamente em Francesas e nós. É a Pauline, que vem de Dijon e mora mesmo ao pé de nós em Argüelles; a Valentine, que vem de Paris e fala muito bem espanhol; a Élodie que fala um português-imigrante super cómico e o Sebastien. Ontem fomos todos jantar ao Wok e segundo a Pauline o casal ao nosso lado estava impressionado com a quantidade de línguas que nós falávamos, porque nós vamos falando principalmente em inglês, mas também, espanhol, francês e português. Depois fomos beber sangria a um tasco (como diz o Rui) com a Valentine e o namorado que a veio visitar.
Espero que seja desta que aprenda a falar francês, mas a verdade é que sempre que elas falam eu e o Rui ficamos a apanhar do ar e eu sinto-me estúpida porque tive não sei quantos anos de Francês na escola.

Ontem assinámos o contrato e hoje mudamos-nos finalmente para a nossa casa.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Bienvenidos!

Ontem foi o acto de bienvenida a erasmus da nossa faculdade.

Chegámos lá ainda meio perseguídos pelo espírito FCSH, de maneira que os nossos nomes não estavam na lista e não os encontrámos logo. Mas, como de facto não estamos na FCSH claro que estavam noutras listas mais à frente. trocaram-se um bocado com os nossos nomes, porque eu e o Rui temos nomes grandes e eles nunca percebem qual é o da mãe, que é o mais importante aqui. Porém, o espírito nunca nos larga definitivamente e faltava o carné de estudante do Rui nas papeladas que nos deram. Enfim...

Depois de assistirmos a uma apresentação-seca, onde quando ouvi o presidente a falar inglês pensei que fazia parte duma brincadeira, fomos fazer uma visita guiada pela faculdade. O Rui ficou logo todo animado com a miúda que nos fez a visita, e eu comecei a gozar com ele a dizer que a história se ia repetir ( só o pessoal da fcsh percebe esta).
Ás tantas reparei que uma outra miúda se estava a rir das nossas parvoíces, mas pensei que estivesse só a ser simpática porque a tinha ouvido falar francês com as amigas. Disse ao Rui, e ele disse qualquer coisa tipo "ah, ela é mais gira de longe", "As amigas dela são bem giras". Mais a frente na visita o Rui disse outra piada qualquer e ela voltou a rir-se. aí fiquei ultra-desconfiada e voltei a dizer ao rui. O Rui resolveu ir falar com ela para tirarmos isto a limpo. Ela riu-se e disse que era francesa mas a mãe era portuguesa, portanto " percebia tudo, cuidado". Eu desatei a rir! Continuámos a falar com ela, que by the way se chama Élodie e ela disse que o Rui era maluco e só fazia asneiras. Depois na casa de banho conheci umas miúdas que eram dos estados unidos e foi como se estivesse a falar português, porque de repente conseguía exprimir-me sem pensar nos verbos e palavras.

Depois da visita fomos todos para o parque do Retiro e o rui veio a viagem toda de comboio a falar com um espanhol chamado Albar ou Alcar sobre futebol e outras cosas assim.

Quando cheguei a casa resolvi ir ao Pc city tentar pôr internet no meu portátil que não está a dar. Fui atendida por um chico muy guapo que se chamava Fernando. o Fernando era muy simpático e os outros chicos que lá trabalhavam tb não estavam mal. o que me fez pensar que só em Portugal é que os informáticos são uns monos. Ele perguntou-me como consegui criar uma conta de utilizador invisível, porque era uma coisa difícil. disse-lhe que não estava a perceber o que ele me estava a dizer e que achava que não tinha feito nada disso.
A internet ainda não está a funcionar o que quer dizer que tenho de ir hoje falar com o Fernando outra vez, e aproveito para tentar perceber se ele tem novia. lol

P.S- Rita, o Fernando tem dois amigos igualmente guapos para quando vieres cá :P

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Santa Cruz de Marcenado

Eu e o Rui temos uma dinâmica muito fixe. Ele cozinha, eu lavo a loiça. Quando eu preciso de ir à net, ele vai fumar um cigarro. Eu levo os mapas e os óculos dele na minha mala e ele vê sempre onde estamos no mapa e para onde temos que ir. O rui leva sempre os sacos mais pesados e a minha mala que é a mais pesada. Passa a vida a gozar comigo, mas não se importa nada que eu goze com ele. Diz que eu canto mal, mas ele ainda canta pior. Diz que eu não sei falar espanhol, e depois diz uma frase em espanhol com 5 erros gramaticais super cómicos. E depois diz a minha frase preferida que é " ohhh ritu!".

Santa Cruz de Marcenado é a nossa rua. Não que seja bonita (porque não é nada de especial) nem que tenha lojas giras, mas simplesmente porque sempre que lá passamos ficamos
alegres e desatamos a rir com parvoíces.

Há uns dias estávamos à procura de uma pensión onde ficar até termos o nosso quarto e estávamos todos stressados porque nessa noite estávamos na rua, e tínhamos que encontrar um sítio. Vimos um sítio nojento onde eu disse que não queria ficar e que preferia ir para a residência onde estamos agora. O rui perdeu um bocado a cabeça porque já tínhamos decidido que não ficávamos lá. Mas no segundo a seguir apercebeu-se que era o stress a falar mais alto e disse uma piada qualquer que aligeirou logo o ambiente. Continuámos calados e sem destino até chegarmos a Santa Cruz de Marcenado, assim que lá pusemos os pés desatámos a rir da nossa situação e a fazer piadas.

Hoje a Isabel fez anos e fomos almoçar com ela. Depois fomos ao Palácio Real e eu ia na esperança máxima de ver a Letizia, o que não foi possível porque eram os cumpleaños dela e ela estava ocupadíssima. Mas não houve crise porque comprei uns óculos de sol azul-petróleo brutais e foi bem melhor do que a ter visto.

P.S- Diogo, tenho tentado encontrar os teus ténis, mas está difícil... não os encontro em lado nenhum. Parece que também não há cá.




Epifania Historica

Hoje tive uma epifania no metro. Eu acho que foi por causa daqueles gases.

Num momento iluminado descobri porque vencemos em Aljubarrota.

Imaginem a cena: estão os soldados portugueses a prepararem-se para uma morte certa. e o que faz um português nesta situação?
exactamente! come! e come bem. uma coisa tipo feijoada ou assim. de preferência com um ou mais animais mortos a compor o prato. Depois desta farta refeição regada com bom tinto vem a "pièce de resistance": um belo e cremoso expresso (com ou sem cheirinho) acompanhado de um cigarro.

Do outro lado os nossos amigos que dizem más grande em vez de maior decidem tapear um pouco antes da batalha.
"- vamos a comer un pincho de tortilla y un bocadillo de jamon solo para equivocar la hambre." diz la o chefe da cena para os subordinados.

A acompanhar a pseudo-refeição vem uma cerveja com travo a isostar e, para terminar, um "café" con leche. eles não fumam porque "aqui compartimos oxigenio" e supostamente o fumo faz mal aos bebes.


Atenção que a história não acaba aqui.

Depois da refeição "à homem", os portugues lá decidem que, bem, a man´s got do what a man´s got do. E como os membros dos super dragões e o scolari saberão, a melhor altura para andar a porrada é por volta das 15.20(sensivelmente).

Que acontece então amiguinhos?
Acontece que apanhamos os gajos a meio da siesta.
é claro que lutar contra um gajo meio ensonado e cheio de fome é aquilo que se sabe. eu nunca bati em mulheres mas deve ser mais ou menos a mesma coisa.

the rest, as they say, is History.


hasta la proxima postagem!

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Madrid is my bitch now.

Já domino esta cidade.

Não tem nada que saber. Já nem preciso de mapas. Basta ouvir a opinião da Rita e fazer exactamente o oposto.


Aproveito agora para esclarecer uma coisa quanto ao corte inglés:

1. O corte inglés é realmente um pouco mais caro.
2. É já aqui, pelo que é extremamente cómodo.

3. (e de maior relevância) A Rita nunca quer ir lá, mas não quer pagar 1 euro por um bilhete de metro e não pode andar 100 metros sem começar a queixar-se duma maneira tal que quase me força a atirá-la para baixo do autocarro que vai para Atocha.

Ultimo e mais importante: as chicas sao muito guapas. vão ser seis meses muito felizes.


P.S.- tudo que a rita escrever sobre mim é fruto da ressabiisse que sente pelo facto de haver mais chicos a olhar para mim que para ela. caso ainda não tenha referido eles são todos pandussys aqui.

hasta la proxima postagem!

Erasmus é mil euros!!

Nesta cidade em tudo se gasta dinheiro. Cada vez que respiramos gastamos dinheiros. Cada vez que andamos 100 metros gastamos dinheiro. Cada vez que temos uma ideia gastamos dinheiro.

Nos primeiros dias o Rui queria ir sempre ao Corte Inglés, porque tem um recalcamento freudiano qualquer, que sempre que é preciso alguma coisa vai-se ao corte ingles. já-lhe expliquei que é o supermercado mais caro da cidade, mas enfim. Depois de gozarmos com ele já não sugere lá irmos.

De resto, es tudo muy caro. O Pablo, que é o dono da residência onde estamos a quedar-nos até podermos ir para o nosso quarto, disse-nos no outro dia "Oh Dio, qué cara es Madrid". Ainda não decidimos se o achamos gay ou não. Mas ele usa túnicas e tem o cabelo comprido.

Para além disto, acho que vou engordar mil kilos. Esta gente começa logo o pequeno almoço com churros, chocolate e café con leche e segue por aí fora com fritos e outras porcarias. O que vale é que andamos oitenta mil km por dia a pé porque somos forretas para pagar os bilhetes de metro. hoje fomos a pé desde Atocha até ao Sol e do Sol à nossa casa. Para quem não tem noção... é buéee! O rui diz que eu vou o caminho todo a queixar-me, o que é falso, porque eu ando tanto como ele, o que se passa é que ele espera sempre que seja eu a dizer que estou cansada ou para nos sentarmos. Rapazes....!




domingo, 23 de setembro de 2007

La noche en blanco!

Ontem foi a noche en blanco. É um evento que acontece em toda a europa, em que basicamente não se dorme porque é das 5h da tarde até as 7h da manhã. Por toda a cidade vão acontecendo concertos, festas, exposições, mostras de talentos e os museus e exposições estão abertos e são de borla.

E lá fomos nós. As ruas estavam cheias, desde velhos e miudos até pessoal da nossa idade.

Em madrid há uma lei um bocado fascista em que é proibido beber na rua tipo como nós fazemos ai no bairro. ou seja, só se pode beber em bares e cafés e não na rua, se a polícia apanhar alguém a beber cobra uma multa de 300€ segundo nos explicaram.E acreditem, as ruas estão cheias de polícias.

Távamos com um bcd de medo de beber, mas depois vimos que era na boa e que toda a gente estava a fazer o mesmo e os polícias fechavam os olhos. o rui bebeu não sei quantas cervejas e um balde de cerveja, a que eles ironicamente chamam MINI, portanto passámos o resto da noite de aseo en aseo com ele todo excitado. Foi muito giro, as ruas estavam mesmo cheias, segundo ele deviam estar 2 milhões na rua. eu não tenho noções nenhumas, ainda duvido sempre em que rua virar para a nossa residência (caminho que já fiz mil vezes). andámos paí 10km sem exagero, porque em madrid tudo parece perto porque é plano, mas quando damos por nós estamos a andar à uma hora. tem sido todos os dias assim aliás! e até porque cada bilhete de metro custa 1€ e nós passamos o dia de um lado para outro.

Os espanhóis realmente sabem festejar, são super interactivos uns com uns outros. nada como os portugueses que saem em grupos que raramente se misturam.

ontem decidimos parar quando nos começou a doer os pés e sentámo-nos na Gran vía a ver a festa passar, de repente apareceu um grupo de jovens que fez uma roda à nossa volta e começou a cantar qualquer coisa do género: "Los que se sientan alée". estavam loucos aos berros e eu e o rui olhamos um para o outro e começamos a cantar e bater palmas também. Entretanto a coisa ficou um bocado fora de controlo quando eles começaram a gritar "Beso, Beso,Beso" ao que o rui respondeu "Es mi hermana". eles calaram-se durante uns segundos a pensar e depois começaram novamente ainda com mais força "beso, beso, beso". depois lá se acalmaram e decidiram bazar. já fomos algumas vezes confundidos com uma pareja, o que deixa o rui chateado porque, segundo ele, espanta a caça.

O rui não se cala com os pandussys, cada vez q passa um rapaz mais fashion ou produzido ele chama-lhe dussy e passa os dias nisso. diz que madrid é só gays e não é uma coisa normal. eu não sei, acho q os rapazes são mais desontraídos e ao contrário dos parvos dos portugueses não tão muito preocupados com a impressão que dão.

As noites em madrid são muito fixes, mesmo quando estamos só os dois há sempre diversão e acontecem coisas cómicas a toda a hora.

Madrid nos encanta! é oficial! Andamos loucos com esta cidade e o rui já diz que foi o melhor que fizemos foi termos vindo para aqui.

só é pena ainda parecermos uns idiotas a falar espanhol e de vez em quando nao percebermos nada do que nos estão a dizer e olharmos um para outro a rir.